O yoga atua sobre o físico, a mente e o espírito, trazendo, entre outros benefícios, flexibilidade e calma
Caroline Vicentini
Reportagem Local
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"Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo", já dizia uma letra de Walter Franco composta na década de 70. Além de modelar o corpo, o yoga (que em sânscrito significa união) - filosofia de vida que se originou na Índia há mais de cinco mil anos - aquieta a mente e afina o espírito.
Na era do culto ao corpo, os ásanas (posições físicas) e os pránáyámas (exercícios respiratórios) vão muito além da vaidade - além de trabalhar músculos e articulações, massageiam órgãos internos e glândulas, ensinam a respirar melhor, e induzem a um profundo relaxamento, tranquilidade mental, concentração, bons hábitos e autoconhecimento. "O yoga atua sobre o físico, promovendo leveza, flexibilidade e força; o mental, proporcionando calma e clareza; e o espiritual, desobstruindo os chakras (pontos de energia)", resume o instrutor de yoga Deo Ortiz.
Embora, no Ocidente, o yoga seja muito procurado por suas funções terapêuticas, costuma-se enfatizar que os efeitos para a saúde são apenas consequências secundárias de algo muito maior, meta de qualquer tipo de yoga - atingir o autoconhecimento. Segundo o livro "Tudo o que você sempre quis saber sobre yoga e jamais teve a intenção de perguntar", do mestre DeRose, fundador da Universidade de yoga, as finalidades terapêuticas não fazem parte da proposta original do yoga Pré-Clássico (o mais antigo), surgindo apenas na Idade Média, cerca de quatro mil anos após a origem dessa filosofia.
"No yoga vale mais a intenção do que a prática. O praticante procura atender as suas necessidades cotidianas e a evolução dependerá do interesse, disciplina e constância de cada um", assinala o instrutor de SwáSthya yoga, Hudson Mazeto.
Independentemente de se buscar o yoga ou apenas seus benefícios físicos, é certo que a prática traz qualidade de vida. Ortiz explica que as posturas de flexão à frente possuem efeito calmante sobre o sistema nervoso, sendo indicada para hipertensos e cardíacos. Elas também fortalecem as funções dos rins e suprarrenais, trabalhando medos, traumas, ajudando a pessoa a adquirir mais segurança. Já as posturas de flexão atrás alongam a parte abdominal, estimulam a respiração mais profunda, ativam a tireóide e paratireóide e aumentam a flexibilidade da coluna, local de grande circulação de energia. "O alongamento dos peitoriais, proporcionado por esses exercícios, auxilia a trazer as emoções à tona", acrescenta Mazeto.
As torções são consideradas posturas completas. Auxiliam no alinhamento da coluna, atuam sobre o sistema nervoso autônomo e possuem efeito calmante e energizante, beneficiando todos os chakras. De acordo com Ortiz, as posturas em pé restauram a simetria do corpo, alongam pernas e coluna e equilibram os hemisférios cerebrais da razão e emoção. Os ásanas que trabalham o equilíbrio proporcionam força, serenidade e concentração. "É o tipo de postura que nos auxilia a confrontar nossas limitações, reforçando o poder de superação", afirma o instrutor.
As posturas invertidas auxiliam no combate à fadiga, insônia, enxaqueca, dores de cabeça e varizes. Ficar de cabeça para baixo hiperirriga os vasos sanguíneos auxiliando no rejuvenescimento, além de proporcionar descanso ao coração. O corpo também se prepara para situações adversas, como tensão e estresse. "Ver o mundo literalmente de ponta cabeça nos ajuda a rever o mundo, os nossos pontos de vista", argumenta Mazeto.
Deo Ortiz complementa que as posturas invertidas ativam o sexto e sétimo chackras (frontal - terceiro olho e da coroa), onde se localiza a glândula pineal. Situada próxima ao centro do cérebro, ela equilibra os centros considerados vitais, especialmente o do sono, e na regulação dos esforços sexuais e reprodutivos. Para os indianos, dependendo do grau de desenvolvimento, a glândula ativa os estados supremos da consciência.
Os ásanas desviam a atenção dos pensamentos para o corpo, aquietando a mente. Com a mente calma, livre do turbilhão que costuma nos tomar de assalto, a respiração sob controle (realizada sempre pelas narinas, de forma ampla e consciente), a tendência é a auto-observação, a concentração, autoconhecimento e, no fim das contas, a transcendência.
"Nas práticas avançadas o yogin (praticante de yoga) trabalha técnicas de meditação e mudrás (gestos reflexológicos feitos com as mãos) que o leva a conhecer níveis de consciência mais sutis, aos quais não estamos acostumados", afirma Mazeto. Os mantras, uma das partes da prática indiana, dinamizam os chakras, ajudando a obter o aquietamento das ondas mentais para conquistar uma boa concentração e meditação.
Na era do culto ao corpo, os ásanas (posições físicas) e os pránáyámas (exercícios respiratórios) vão muito além da vaidade - além de trabalhar músculos e articulações, massageiam órgãos internos e glândulas, ensinam a respirar melhor, e induzem a um profundo relaxamento, tranquilidade mental, concentração, bons hábitos e autoconhecimento. "O yoga atua sobre o físico, promovendo leveza, flexibilidade e força; o mental, proporcionando calma e clareza; e o espiritual, desobstruindo os chakras (pontos de energia)", resume o instrutor de yoga Deo Ortiz.
Embora, no Ocidente, o yoga seja muito procurado por suas funções terapêuticas, costuma-se enfatizar que os efeitos para a saúde são apenas consequências secundárias de algo muito maior, meta de qualquer tipo de yoga - atingir o autoconhecimento. Segundo o livro "Tudo o que você sempre quis saber sobre yoga e jamais teve a intenção de perguntar", do mestre DeRose, fundador da Universidade de yoga, as finalidades terapêuticas não fazem parte da proposta original do yoga Pré-Clássico (o mais antigo), surgindo apenas na Idade Média, cerca de quatro mil anos após a origem dessa filosofia.
"No yoga vale mais a intenção do que a prática. O praticante procura atender as suas necessidades cotidianas e a evolução dependerá do interesse, disciplina e constância de cada um", assinala o instrutor de SwáSthya yoga, Hudson Mazeto.
Independentemente de se buscar o yoga ou apenas seus benefícios físicos, é certo que a prática traz qualidade de vida. Ortiz explica que as posturas de flexão à frente possuem efeito calmante sobre o sistema nervoso, sendo indicada para hipertensos e cardíacos. Elas também fortalecem as funções dos rins e suprarrenais, trabalhando medos, traumas, ajudando a pessoa a adquirir mais segurança. Já as posturas de flexão atrás alongam a parte abdominal, estimulam a respiração mais profunda, ativam a tireóide e paratireóide e aumentam a flexibilidade da coluna, local de grande circulação de energia. "O alongamento dos peitoriais, proporcionado por esses exercícios, auxilia a trazer as emoções à tona", acrescenta Mazeto.
As torções são consideradas posturas completas. Auxiliam no alinhamento da coluna, atuam sobre o sistema nervoso autônomo e possuem efeito calmante e energizante, beneficiando todos os chakras. De acordo com Ortiz, as posturas em pé restauram a simetria do corpo, alongam pernas e coluna e equilibram os hemisférios cerebrais da razão e emoção. Os ásanas que trabalham o equilíbrio proporcionam força, serenidade e concentração. "É o tipo de postura que nos auxilia a confrontar nossas limitações, reforçando o poder de superação", afirma o instrutor.
As posturas invertidas auxiliam no combate à fadiga, insônia, enxaqueca, dores de cabeça e varizes. Ficar de cabeça para baixo hiperirriga os vasos sanguíneos auxiliando no rejuvenescimento, além de proporcionar descanso ao coração. O corpo também se prepara para situações adversas, como tensão e estresse. "Ver o mundo literalmente de ponta cabeça nos ajuda a rever o mundo, os nossos pontos de vista", argumenta Mazeto.
Deo Ortiz complementa que as posturas invertidas ativam o sexto e sétimo chackras (frontal - terceiro olho e da coroa), onde se localiza a glândula pineal. Situada próxima ao centro do cérebro, ela equilibra os centros considerados vitais, especialmente o do sono, e na regulação dos esforços sexuais e reprodutivos. Para os indianos, dependendo do grau de desenvolvimento, a glândula ativa os estados supremos da consciência.
Os ásanas desviam a atenção dos pensamentos para o corpo, aquietando a mente. Com a mente calma, livre do turbilhão que costuma nos tomar de assalto, a respiração sob controle (realizada sempre pelas narinas, de forma ampla e consciente), a tendência é a auto-observação, a concentração, autoconhecimento e, no fim das contas, a transcendência.
"Nas práticas avançadas o yogin (praticante de yoga) trabalha técnicas de meditação e mudrás (gestos reflexológicos feitos com as mãos) que o leva a conhecer níveis de consciência mais sutis, aos quais não estamos acostumados", afirma Mazeto. Os mantras, uma das partes da prática indiana, dinamizam os chakras, ajudando a obter o aquietamento das ondas mentais para conquistar uma boa concentração e meditação.
Embora muito procurado por suas funções terapêuticas, os efeitos do yoga para a saúde são consequências secundárias.
Prática leva a nova atitude diante da vida
Consciência corporal, aumento da capacidade de concentração e domínio das emoções são alguns dos benefícios apontados pelos yoguins. Praticante de atividades físicas, Leila Carvalho descobriu o yoga a pouco mais de dois anos. "Ganhei força, flexibilidade, concentração, aprendi a respirar e fortalecer o meu emocional", cita. Os ganhos foram tantos que Leila decidiu abandonar a profissão de bancária, exercida por 12 anos, e em março formou-se instrutora. "Vale a pena. É o tipo de trabalho que vale a pena sair da cama logo cedo", justifica.
Novata na prática, a empresária Sharlene Palmas começou a exercitar os ásanas há dois meses. "Pratico yoga duas vezes por semana e já me sinto mais forte e equilibrada. Até minha pele está melhor, e a coluna, que era uma lombadinha, já está reta. Estou gostando e não pretendo parar", assegura.
O psicólogo Bruno Mazzeto buscou o yoga há três anos e meio para auxiliá-lo no tratamento de um desvio de coluna. "Identifiquei-me com a prática logo no início. Os benefícios físicos são uma pequena parte do que o yoga pode proporcionar. Hoje, minha atitude diante da vida é diferente", afirma o futuro instrutor.
A boa notícia para os yoguins é que mesmo com a interrupção da prática, a excelente forma conquistada permanece durante meses ou anos, dependendo do nível de adiantamento obtido na fase de treinamento intensivo.
Novata na prática, a empresária Sharlene Palmas começou a exercitar os ásanas há dois meses. "Pratico yoga duas vezes por semana e já me sinto mais forte e equilibrada. Até minha pele está melhor, e a coluna, que era uma lombadinha, já está reta. Estou gostando e não pretendo parar", assegura.
O psicólogo Bruno Mazzeto buscou o yoga há três anos e meio para auxiliá-lo no tratamento de um desvio de coluna. "Identifiquei-me com a prática logo no início. Os benefícios físicos são uma pequena parte do que o yoga pode proporcionar. Hoje, minha atitude diante da vida é diferente", afirma o futuro instrutor.
A boa notícia para os yoguins é que mesmo com a interrupção da prática, a excelente forma conquistada permanece durante meses ou anos, dependendo do nível de adiantamento obtido na fase de treinamento intensivo.
DICAS PARA A PRÁTICA:
- Estar saudável;
- Evitar alimentos e líquidos pesados (comer frutas de fácil digestão e ingerir sucos) pelo menos três horas antes da prática;
- Usar roupas confortáveis, mas não largas para não atrapalhar os movimentos;
- Ficar descalço (por questões de higiene e também para deixar a energia ruim do lado de fora);
- Praticar os ásanas pela manhã, ao acordar, ou à tarde, depois de todas as atividades;
- Respirar lenta e profundamente apenas pelo nariz, nunca pela boca durante a execução das posições;
- Ter propósito, disciplina e constância.
Veja matéria na íntegra em:
http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id_folha=2-1--975-20090505
http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id_folha=2-1--975-20090505