quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

MANDALA – CÍRCULO DE CURA

Mandala é uma palavra Sanscrita para círculo de cura ou mundo inteiro. É uma representação do universo e de tudo que há nele. Khyil-khor é a palavra Tibetana para mandala e significa "centro do universo onde um ser totalmente iluminado habita". Os círculos sugerem totalidade, unidade, o útero, completude e eternidade.
Elas não representam uma estranha realidade, e sim, um mundo iluminado que sempre existiu que é revelado quando as manchas da raiva, apego e ignorância são transformados. Paradoxalmente estes mundos iluminados são construídos das mesmas energias que nós, em nossa visão dualística, percebemos como raiva, apego e ignorância, mas no estado iluminado, inabalável, são vistos como força, compaixão e sabedoria. Portanto, mandalas são projetos arquitetônicos ou vistas aéreas de palácios celestiais constuídos de conceitos iluminados.

Existe também uma tradição de círculos de cura no Ocidente. Um simbolismo poderoso pode ser observado nas pinturas nativas do índio Americano, nas rodas medicinais e escudos de guerra. As rodas medicinais representam universo, mudança, vida, morte, nascimento e aprendizagem. O grande círculo é a hospedaria de nossos corpos, nossas mentes e nossos corações. Apesar de existir muitos paralelos com as mandalas Tibetanas, os nativos Americanos nunca usaram a palavra para descrever seus próprios círculos sagrados.
Na Europa, as mandalas Herméticas, apesar de desenhadas linearmente, podem ser também circulares. Simbolismos da Alquimia, Kabbalah, geometria e numerologia possuem um papel importante na criação e desenho destas.

A arquitetura das catedrais góticas nos mostra um outro caminho para a iluminação os vitrais rosáceos foram construídos nos tempos da praga e da guerra. Como mandalas, eles eram construídos para ser um símbolo de iluminação do espírito humano. Sentando-se no escuro e contemplando a luz que vaza através dos desenhos inspirados nos proporciona uma experiência poderosa e reveladora.




Foi Jung quem nos chamou a atenção desses desenhos circulares percebido por ele enquanto estudava religião Oriental. Ele percebeu que seus clientes experienciavam estas imagens circulares como "movimentos em direção a um crescimento psicológico, expressando a idéia de um refúgio seguro, de reconciliação interna e inteireza". Para Jung as mandalas são vasos ou embarcações na qual nós projetamos nossa psique que retorna a nós como um caminho de restauração. Ele reconheceu que figuras arquetípicas (símbolos universais) de várias culturas podiam ser identificadas nesta expressão espontânea do inconsciente. Os círculos são universalmente associados com meditação, cura e o sagrado que podem funcionar como chaves para os mistérios de nosso reino interior, que se usados para esta finalidade podem nos levar de encontro com os mistérios de nossa alma.